Durante a Renascença italiana, obras antigas inspiraram os estudiosos italianos, dando origem a diversos movimentos humanistas. Com os Iluministas, os valores humanistas foram reforçados, com os avanços da ciência e das tecnologias, acreditando-se nas capacidades do Homem (individualismo/antropocentrismo; espirito crítico; racionalismo) .
A decadência dos costumes do alto clero secular (bispos, cardeais e papas), devido à imoralidade,
ao absentismo, à falta de vocação, à compra e venda de cargos eclesiásticos e a falta de austeridade, venda de relíquias, venda de indulgências e exploração da crença e da piedade dos fiéis pela Igreja Monástica, levou à quebra do prestígio e da autoridade da Igreja Católica Romana.
Os humanistas cristãos criticavam a hipocrisia e a corrupção do clero, defendiam a necessidade de renovação da vida religiosa, e procuravam através da crítica e do estudo dos textos evangélicos realçar o afastamento da mensagem que a Bíblia transmitia, propondo o regresso à pureza original do cristianismo e à interioridade da fé, defendendo a tradução da Bíblia para as línguas nacionais, de modo a possibilitar aos crentes um acesso direto e pessoal aos textos sagrados e colocando em causa o papel exclusivo dos sacerdotes na leitura e interpretação dos Evangelhos.
Como humanistas cristãos, apoiavam-se nos textos antigos, com o fim da purificação das Escrituras Sagradas, recusando a interpretação contida nas diversas em citações feitas pelas autoridades clericais medievais.
Martinho Lutero era um cristão profundamente devoto e, como qualquer homem do seu tempo, vivia preocupado com a questão do julgamento final e da salvação eterna.
Entendia que nem as obras nem as indulgências influenciavam a salvação dos homens e que só a fé em Deus podia salvá-los.
Para Lutero, o caminho da salvação era da responsabilidade do cristão e da sua fé; as indulgências eram, assim, contrárias à doutrina cristã.
Em 31 de Outubro de 1517, Martinho Lutero afixou na porta da catedral de Wittenberg, as 95 Teses contra as Indulgências.
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Estava aberta a rutura com Roma e iniciava-se um novo cisma na cristandade ocidental. O ano de 1517 assumia-se como a data oficial do início da Reforma.
O protestantismo viu a sua definição concretizada, em 1530, na Confissão de Augsburgo:
Martinho Lutero recusou alguns dos dogmas católicos:
– negava a hierarquia e a autoridade do papa;
– o celibato eclesiástico foi recusado. Todos os cristãos eram iguais pelo Batismo;
– o sacerdócio era universal: todos os crentes eram pastores;
– a Bíblia foi traduzida para as línguas nacionais;
– os Evangelhos eram a única fonte de fé e de toda a revelação;
– negava o papel das obras na salvação: só a fé em Deus era salvadora;
– quanto aos sacramentos: reconhecia o Batismo e a Eucaristia; – adotou a comunhão do pão e do vinho instituída por Cristo;
– recusou o papel da Virgem e dos santos;
– não reconhecia a validade de determinados ritos;
– a missa era celebrada em língua vulgar e não em latim;
– elementos principais do culto: a leitura da Palavra do Evangelho, o sermão e os cânticos.
Foi o movimento protestante e a sua rápida expansão que deu o impulso e impôs a urgência de renovação da Igreja Católica.
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Encontra-se sepultado na Igreja do Castelo de Vitemberga (Alta Saxónia, Alemanha)
A REAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA
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RENASCIMENTO
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Como referir este artigo:
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VEIGA, Francisca Branco (2024), Martinho Lutero (Eisleben, 10 de novembro de 1483 – Eisleben, 18 de fevereiro de 1546) (blogue da autora Francisca Branco Veiga). Disponível em: https://franciscabrancoveiga.com/ [29 de Fevereiro de 2024].
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