Companhia de Jesus. O Breve Regresso no Reinado de D. Miguel

28 de Abril de 2023

Olá a todos!

Hoje é um dia muito especial para mim, é o dia em que o meu livro ‘Companhia de Jesus O breve regresso no reinado de D. Miguel é finalmente publicado.

É uma honra poder partilhar a minha pesquisa com o mundo, e que representa anos de muito trabalho e paixão pela história de Portugal. Espero que esta obra possa proporcionar uma experiência de leitura agradável e informativa.

O livro conta com o Prefácio do Prof. Doutor Miguel Corrêa Monteiro, Vice-Presidente da Academia Portuguesa da História, Professor Auxiliar com Agregação no Departamento de História e Coordenador do Mestrado em Didáctica da História, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

O site da Amazon contém mais algumas informações.

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Nota

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O NASCIMENTO DE D. MARIA II

(Rio de Janeiro, 4 de abril de 1819 – Lisboa, 15 de novembro de 1853)

princesa Dona Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança, nasceu a 4 de abril de 1819, domingo de Ramos, no Rio de Janeiro, filha do Imperador D. Pedro I do Brasil e de Maria Leopoldina de Áustria. Nasceu em terras brasileiras, no palácio da Boavista. Aí se tinham refugiado estrategicamente os seus avós D. João VI e D. Carlota Joaquina e a restante corte após a invasão da metrópole pelos franceses.

Seria a futura rainha de Portugal, D. Maria II.

Segunda rainha reinante de Portugal e trigésimo monarca português (1834-1853), ficou conhecida pelo cognome de “a Educadora”.

– Cortejo do batismo da princesa real D. Maria da Glória, no Rio de Janeiro. Prancha 44, volume III, Voyage pittoresque et historique au Brésil. Jean Baptiste Debret. França, 1834 a 1839. National Library collection. Brasiliana Iconográfica.

A notícia do nascimento da princesa D. Maria da Glória é dada no nº 176 da Gazeta de Lisboa, 26 de Julho:

LISBOA(…)

«Havendo-se dignado Deos Nosso Senhor de felicitar estes Reinos com o Nascimento de huma Princeza da Beira, que a Serenissima Senhora Princeza Real do Reino Unido de Portugal, Brasil, e Algarves deo à luz no dia 4 de Abril do presente anno com feliz secesso: Foi S. M. Servido que por ocasião deste plausível motivo hovesse três dias de luminárias, repiques e salvas de artilheria nesta Capital, e em todas as Cidades e Villas destes Reinos, bem como nos seus Castellos, Torres e Fortalezas, as quaes demonstrações festivas hão de começar hoje 28 do corrente mez, e continuar nos dois próximos seguintes em que deve suspender-se o Despacho em todos os Tribunaes». Biblioteca Nacional de Portugal

Rainha D. Maria II de Portugal, em criança. Séc. XIX. Autor desconhecido.
Fonte: Palácio do Correio Velho

A obra musical interpretada na cerimónia religiosa do seu batizado, realizado no Rio de Janeiro em 3 de Maio de 1819, foi o Hino Te Deum do compositor luso-brasileiro Marcos Portugal (Lisboa, 1762 – Rio de Janeiro, 1830), segundo fontes do periódico Gazeta do Rio de Janeiro , de 5 de Maio de 1819:

“A Serenissima Senhora Princeza da Beira Houve o Nome de D. MARIA DA GLORIA JOANNA CARLOTA LEOPOLDINA IZIDORA DA CRUZ FRANCISCA XAVIER DE PAULA MICAELA GABRIELA RAFAELA LUIZA GONZAGA. Depois entoou o mesmo Excellentissimo Bispo o hymno Te Deum, que foi cantado pelos Musicos da Real Camara e Capella, com Musica composta e dirigida pelo celebre Marcos Portugal, Mestre de SS. AA. RR., assim como muitas agradaveis symphonias, que se tocarão em todo o tempo que durou esta augusta cerimonia”.

– O quadro retrata a imperatriz Leopoldina com os seus filhos. No colo, está o futuro imperador do Brasil, Pedro II. À esquerda, de baixo para cima, estão: Paula, Januária e Francisca de Bragança; na direita, está Maria, futura rainha de Portugal. Pintor, Domenico Failutti. Data de criação, 1921. Localização, Museu do Ipiranga.

D. Maria II foi, sucessivamente, princesa da Beira (1819-1822), princesa imperial do Brasil (1822-1825), princesa do Grão-Pará (1825-1826) e rainha de Portugal (1826-1853). 

D. Pedro IV de Portugal abdicou da coroa portuguesa em nome da sua filha, D. Maria II, a 3 de maio de 1826. 

Documento pelo qual D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal abdicou ao trono de Portugal em 2 de maio de 1826. O documento menciona o então título constitucional de realeza que ela tinha perante à Constituição brasileira de 1824, Princesa do Grão-Pará. In Manifesto dos direitos de Sua Magestade Fidelissima, a senhora dona Maria Segunda, e exposição da questão protugueza (IA manifestodosdire00guer 0).pdf

No dia 23 de setembro de 1833, D. Maria II chega a Lisboa, vinda de França, acompanhada da madrasta, D. Amélia de Leuchtenberg e da irmã, a princesa D. Maria Amélia de Bragança (1831-1853).

CASAMENTOS

  • Com dispensa papal, por procuração, em 29 de outubro de 1826 casou com seu tio, o infante Miguel (1802-66). O casamento foi dissolvido ou declarado nulo em 1 de dezembro de 1834.
  • Casou em Munique por procuração em 1 de Dezembro de 1834 e em pessoa em Lisboa em 26 de janeiro de 1835 com o príncipe Augusto de Beauharnais, nascido a 9 de dezembro de 1810, Duque de Leuchtenberg (Pais : M Eugène de Beauharnais 1781 & F Augusta, Princesa da Baviera 1788-1851).
  • Casada a 9 de abril de 1836, com D. Fernando de Saxe-Coburgo e Gotha, sobrinho do rei Leopoldo I dos belgas, nascido a 29 de outubro de 1816 – Vieina, Áustria, falecido a 15 de dezembro de 1885 – Lisboa, Lisboa, Portugal com a idade de 69 anos.

No seu reinado assiste-se ao nascimento de um novo quadro político, o triunfo do liberalismo, e foi marcado pelo influxo do romantismo.

Foi rainha em dois períodos distintos:

– 2 de maio de 1826 a 11 de julho de 1828 (ainda no Brasil);

– 26 de maio de 1834 a 15 de novembro de 1853 (em Portugal).

Sobre D. Maria, escrevia Almeida Garrett, no exílio:

“Uma princesa que tem de reinar por si e por seu próprio direito, é fêmea de facto e varão de direito e a educação tem, neste caso, de contrastar a natureza e diminuir quanto é possível a mulher para que só fique a rainha”.

Figura-chave no estabelecimento do Ensino Primário gratuito em Portugal.

Bandeira Nacional em vigor desde o reinado de D. Maria II até ao final do reinado de D. Manuel II

Morreu aos 34 anos no nascimento do seu 11º filho, que também morreu. 

Como referir este artigo:

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VEIGA, Francisca Branco (2024), O NASCIMENTO DE D. MARIA II (blogue da autora Francisca Branco Veiga). Disponível em: https://franciscabrancoveiga.com/ [04 de Abril de 2024].

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Veja-se, VEIGA, Francisca Branco (2019, nov.). 1832-1834 Regência de D. Pedro em nome de sua filha D. Maria da Glória: fim do governo temporal da Igreja Católica e das Ordens Religiosas em Portugal. In SOARES, Clara Moura; MALTA, Marize (eds.), D. Maria II, princesa do Brasil, rainha de Portugal Arte, Património e Identidade, Lisboa: Palácio Nacional da Ajuda, 12 nov. (pp. 113-120). ARTIS – Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

VEIGA, Francisca Branco (2023), Companhia de Jesus. O breve regresso no reinado de D. Miguel. Ed. de Autor.

Fachadas das Igrejas Jesuítas em Portugal

O objectivo principal na construção de um edifício religioso/escolar da Companhia de Jesus baseou-se em criar um conjunto equilibrado que incluísse diversos espaços para os vários grupos que o habitavam.

Os jesuítas dedicaram desde sempre cuidados especiais no tratamento das fachadas das suas igrejas. No séc. XVI, dominavam nas fachadas jesuítas os valores planimétricos, sem qualquer elemento decorativo, no seguimento dos ideais saídos do Concílio de Trento e como reflexo dos ideais jesuítas de pobreza e simplicidade. Mas a partir de meados do séc. XVII surgem nas fachadas efeitos escultóricos e rítmicos, com a introdução de nichos que albergavam estátuas de santos da Companhia. A preocupação de criar modelos de fachadas tinha como intenção a propagação da fé e de modelos de santidade.

Os jesuítas, considerando a pregação da Palavra de Deus como prioridade de toda a acção pastoral tornaram a igreja numa igreja de pregação, catequista, contra a Reforma Protestante que se espalhava por toda a Europa.

igreja de Gesú, em Roma, tornou-se o modelo arquitectónico a seguir, aquele que traduz as leis e as regras da Companhia de Jesus.

Arquiteto
Giacomo Barozzi da Vignola, Giacomo della Porta
Início da construção
1568
Fim da construção
1580

Seguidamente, iremos mostrar alguns exemplos de fachadas de Igrejas Jesuítas em Portugal.

I – Paço Real de Santarém / Colégio de Nossa Senhora da Conceição / Seminário de Santarém / Catedral de Santarém / Sé de Santarém

1673 – o projeto da fachada foi aprovado em Roma, pelo Geral da Companhia, sendo atribuível a João Nunes Tinoco.

A fachada principal tem afinidades compositivas com a Sé Nova de Coimbra, com estrutura tripartida, flanqueada por dois panos, que corresponderiam às torres sineiras, não construídas, rasgada por três portais de verga reta e vazada por janelas e nichos, contendo os principais Santos da Ordem, rematada por tabela com a imagem do orago, flanqueada por aletas e rematada em frontão de lanços.

Nos nichos, podemos ver as imagens de Santo Inácio de Loyola e São Francisco Xavier e São Francisco de Borja e São Luís Gonzaga.

A fachada possui várias inscrições, alusivas aos santos da Ordem e às Litanias Marianas, bem como datas de construção e reforma.

Fotografias: Francisca Veiga

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II – Colégio do Espírito Santo / Colégio da Companhia de Jesus / Universidade de Évora

A construção desta igreja resultou da fundação do Colégio do Espírito Santo, da Companhia de Jesus, instituído na cidade de Évora, na segunda metade do século XVI.

Iniciou-se em 4 de outubro de 1566, sacrificando-se o primitivo Convento do Salvador (de freiras clarissas).

A fachada, de aspeto pesado e imponente, em estilo chão, ritmada por pilastras toscanas colossais e rematada por frontão triangular sobre um óculo, seguiu o esquema da primeira fase construtiva da Companhia de Jesus, constituindo a única diferença a solução de galilé (caso único na arquitectura dos jesuítas em Portugal), com acesso por arcadas.

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III – Igreja e Colégio de São Lourenço / Igreja e Convento dos Grilos / Seminário Maior de Nossa Senhora da Conceição (Porto)

1690 – início da construção da atual fachada principal da igreja.

1709 – conclusão da fachada principal da igreja.

Em dia de S. Lourenço do ano de 1570, os jesuítas lançaram a primeira pedra da sua igreja e colégio nas imediações do Paço Episcopal, em estilo maneirista barroco-jesuítico, financiados por doações de fiéis, assim como por Frei Luís Álvaro de Távora, Comendador de Leça do Balio, da Ordem de Malta, cujo brasão de armas encima a fachada principal.

Fachada com dois registos marcados por entablamento, e estrutura tripartida, definida por pilastras, desenvolvendo-se, em cada pano, uma composição simétrica de vãos alinhados, compostos por portais, janelões, nichos e janelas fingidas.

Apresenta torres sineiras, desenvolvidas a partir de aletas no segundo registo, dando a ilusão de escalonamento da fachada.

A monumental fachada principal da igreja cria um espaço cenográfico face ao pequeno largo onde se implanta, ajudando a acentuar a sua verticalidade, também conseguida pelo facto da fachada se desenvolver acima da cobertura, criando vãos rectangulares abertos sem funcionalidade.

Possui um esquema único de implantação das sineiras, que se desenvolvem a partir dos panos laterais da fachada principal, ligeiramente recuadas e sobre as aletas que flanqueiam o remate.

Fotografias: Francisca Veiga #franciscabrancoveiga #franciscaveiga #historia4all #ConventodosGrilos #fachadasdeigrejasjesuitas

IV – Colégio de São Sizenando / Colégio de São Francisco Xavier / Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Portimão

1659, 26 Agosto – carta de doação onde Diogo Gonçalves lega todos os seus bens à Companhia de Jesus, pretendendo, através desta, fundar uma casa de ensino na sua terra natal, Vila Nova de Portimão.

1660, 21 Outubro – lançamento da 1ª pedra; o fundador, Diogo Gonçalves, dedica a igreja a S. Francisco Xavier, apóstolo da Índia; o projecto e traça pertence ao Padre Bartolomeu Duarte, matemático jesuíta e herdeiro do fundador, contando ainda com contributos do arquitecto João Nunes Tinoco; de Lisboa veio o construtor António Gonçalves.

1707, 3 Março – é inaugurada a igreja do Colégio onde se contou com uma novena matinal dedicada ao seu padroeiro, S. Francisco Xavier, e vários sermões pregados pelos religiosos do Colégio e pelo Padre Lente de prima de Moral, de Faro.

Segundo a inscrição no túmulo de D. Diogo Gonçalves, a cerimónia do lançamento da primeira pedra teve lugar em 21 de outubro de 1660. Em maio de 1663, este obteve do Geral da Companhia de Jesus o reconhecimento oficial como fundador do colégio. Em 13 de março de 1664, elaborou o seu testamento, onde legou aos padres da Companhia de Jesus uma renda anual no valor de 300 mil Réis, dez moios de trigo, um lagar de azeite em Estômbar e vários terrenos. D. Diogo Gonçalves falece em 17 de junho desse ano, aos 73 anos de idade, não chegando a ver o edifício concluído. O colégio começou a funcionar em 1704, de forma provisória.

A igreja foi inaugurada ao culto em 3 de março de 1707, e em agosto desse ano o colégio foi definitivamente aberto.

Fachada

Fachada principal voltada a Sul, simétrica e escalonada, constituída por um corpo central saliente e dois laterais mais pequenos e ligeiramente recuados, sendo o corpo central dividido verticalmente em 3 partes, separadas entre si por duplas pilastras de pedra lisa assentes em peanhas, com quatro registos vazados na parte central, três nas partes que a ladeiam e dois nos corpos adossados, divididos por cornijas, em pedra entre o primeiro e o segundo, e em alvenaria entre os restantes, e limitados por cunhais apilastrados em cantaria com pedra rusticada no corpo central e em alvenaria nos adjacentes.

A parte central, apresentando um embasamento em pedra, correspondente à igreja, tem no registo inferior três portais, com acesso por quatro degraus, em cantaria de verga, definindo cada um deles os três panos que a constituem, sendo os laterais simples, com frontão circular, e o principal, o maior destes, coroado por frontão interrompido com coroa real em pedra e cruz gravada; os registos seguintes, por janelas de cantaria e com guarda de ferro, rasgadas até ao nível do pavimento e com bandeira no segundo registo; o último por frontão com arco de querena, com óculo oval e uma pedra abrasonada ao centro envolvidos por um trabalho em massa, sendo encimado por uma cruz de pedra; as partes que ladeiam a central têm cada uma três panos, situando-se os portais, de cantaria de verga simples, no pano que se encontra mais próximo do centro da fachada, sendo os restantes panos ocupados por janelas; o segundo registo, com janelas de cantaria rasgadas até ao nível do pavimento e com bandeira; o terceiro registo termina obliquamente acompanhando a inclinação das águas do telhado, tendo apenas uma janela situada no pano do portal.

Gravura: Gravura de 1813 com uma vista panorâmica de Portimão, então denominada de Villa Nova de Portimão, na região do Algarve, em Portugal. Foi provavelmente feita com base num ponto de vista a partir de Ferragudo, tendo em primeiro plano o estuário do Rio Arade. No centro, destacando-se do casario, são claramente visíveis os edifícios da Igreja Matriz e do Colégio dos Jesuítas. Biblioteca Nacional de Portugal.

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V – Colégio dos Jesuítas / Câmara Municipal e Tribunal de Comarca de Gouveia

15 Agosto 1723 – fundação do Colégio, dedicado à Santíssima Trindade, pelo Mestre de Campo António de Figueiredo Ferreira.

9 Setembro 1734 – contrato para a construção do colégio com os mestres António do Vale, de Gouveia, António Lourenço e Manuel do Vale, ambos de Caminha.

1739 – inauguração do colégio;

1 Julho 1743 – o Padre Bernardo Vieira era vice-superior e procurador geral do convento, residente nele.

Fevereiro 1759 – na data do sequestro dos bens dos Jesuítas, as obras não se encontravam concluídas e o edifício albergava apenas 5 religiosos.

Pertenceu ás nobiliárquicas famílias dos Távora e dos Figueiredo, como documentam os brasões sobre as duas portas laterais com as armas nacionais da época joanina.

Fachada

Fachada principal virada a Sul, com organização simétrica, a partir da zona central, tripartida, compondo o acesso à igreja, através de três portas de verga recta encimadas por janelas, as centrais a iluminar o coro-alto; os panos laterais possuem janelas rectilíneas, umas de maiores dimensões e mais decoradas, encimadas pela cornija do remate, alteada e curva, criando falsos frontões semicirculares, já de inspiração barroca, a marcar os corredores interiores de circulação. Fachadas circunscritas por cunhais apilastrados, rematadas em friso, cornija e platibanda, e rasgadas regularmente por janelas rectilíneas, algumas de maiores dimensões, com solução semelhante às da fachada principal, a marcar os corredores, algumas delas de sacada.

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VI – Colégio de São João Evangelista. Portugal, Ilha da Madeira (Madeira), Funchal, Funchal (São Pedro)

1567 – primeira visita dos Jesuítas ao Funchal

1569, 20 agosto – alvará régio de fundação do colégio, que recebia um dote anual de 600$000

1570, março – chegada dos Jesuítas ao Funchal para a fundação do colégio

1575, 23 Setembro – envio para Roma da planta geral do colégio e igreja para aprovação, sendo as primeiras traças atribuíveis a Mateus Fernandes, não sendo de descorar a hipótese de terem vindo de Lisboa, da autoria de Baltasar Álvares

1750 – chegam de Lisboa as imagens da fachada

Fachada

Igreja com fachada principal virada a Sul, rebocada e pintada de branco, com embasamento em cantaria, de disposição simétrica, integrando o corpo tripartido pelos vãos e duas torres sineiras ao mesmo nível, rematando o conjunto em empena com cruz latina no vértice, assente em plinto volutado.

O corpo divide-se em três registos separados por friso e cornija, o inferior rasgado por três portais com molduras de cantaria, flanqueados por pares de colunas toscanas assentes em plintos almofadados, suportando friso geométrico e frontão, nos portais laterais, de verga recta, de perfil triangular, e, no central, mais elevado e de volta perfeita, interrompido; o registo intermédio possui janelão central flanqueado por pilastras toscanas e encimado por frontão semicircular, ostentando avental de alvenaria enquadrando uma cartela em mármore branco com o “trigrama”, emblema da Companhia.

O conjunto é flanqueado por quatro janelas sobrepostas articuladas por cornija a sublinhar o duplo andar, as inferiores de varandim com guarda metálica; no terceiro piso, janela rectilínea central, encimada por armas nacionais em mármore, envolvidas por moldura fitomórfica e ladeado por dois nichos de volta perfeita assentes em pilastras toscanas e remates em cornija, contendo Santos da Companhia.

As torres dividem-se em três registos, demarcadas por três ordens de pilastras de cantaria regional e rematadas por eirados com balaustrada encimada nos cunhais por pináculos, tudo em cantaria; o primeiro registo, bipartido, possui nichos semelhantes aos anteriores, com imagens, surgindo, no segundo, duas janelas de varandim sobrepostas, repetindo o módulo do corpo da igreja; no piso superior, uma janela semelhante às anteriores.

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VII – Igreja do Salvador / Colégio de Santiago de Elvas / Igreja Paroquial do Salvador / Biblioteca Municipal de Elvas

1643, 4 Fevereiro – a fundação do colégio foi aprovada por D. João IV

1679 – é enviado o Padre Bartolomeu Duarte para riscar a igreja e novo colégio

4 Julho – o bispo Jerónimo Soares lança a primeira pedra do edifício

1692, 17 Agosto – inaugurada a igreja do colégio com solene procissão

18 Agosto – rezada a primeira missa no templo, pelo bispo D. Jerónimo Soares

FACHADA

Fachada principal a NorOeste., refletindo o interior, com três registos definidos por friso e cornija saliente, que se prolongam pelo alçado NO. do corredor adossado à direita; embasamento em pedra; três panos, definidos por pilastras sobre plintos, correspondentes, o central à nave, os extremos às torres sineiras rematados pelos corpos das sineiras mais elevados; panos das torres cegos, sineiras em arco de volta perfeita, pináculos nos eirados e catavento de ferro forjado coroando os coruchéus; pano central rasgado inferiormente por três portais em mármore, os laterais encimados por frontão curvo coroado de pináculo, o central, mais elevado, encimado por frontão interrompido; sobre este cartela inscrita, pétrea, de concheados e enrolamentos envolta por festão pendente; no registo intermédio rasgam-se três janelões, axiais aos portais, com vergas dupla encimadas por cornija saliente junto à linha da cornija divisória do alçado; no terceiro registo três janelões idênticos; remate em empena e cornija, coroada no vértice por cruz de pedra e com óculo moldurado rasgado no tímpano.

Inscrição comemorativa de doação gravada na cartela que encima o portal central da igreja. Sulcos das letras preenchidas com betume preto. Mármore. A altura a que se encontra impossibilita a obtenção de medidas.Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: EL REI DOM AFONSO VI COMO GRÃO MESTRE E GOVERNADOR DA ORDEM DE AVIS FEZ MERCÊ COM LICENCA DO SUMO PONTÍFICE AOS RELIGIOSOS DA COMPANHIA DE JESUS DA ERMIDA DE SANTIAGO PARA NELA SE FUNDAR ESTA IGREJA – ANO DE MDCLIX.

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VIII – Colégio de São Paulo / Igreja de São Paulo e Seminário de Santiago / Seminário Conciliar de São Pedro e São Paulo / Museu Pio XII

BRAGA

ARQUITETOS: Padre Silvestre Jorge (1567); Gonçalo Dias (1586-87).

1560 – o Arcebispo D. Frei Bartolomeu dos Mártires doou o estabelecimento escolar com todas as rendas anexas, aos Padres da Companhia de Jesus, que consistiam nas igrejas de Santa Maria do Vimieiro e de São Salvador de Mazedo.

1563 – o Papa Pio IV, pela Bula “Superni dispositione” aprovou e confirmou o contrato de doação do Colégio de São Paulo, Estudos e Igreja à Companhia de Jesus.

1566 – preparativos para o início da construção da igreja.

31 outubro – início da construção da igreja.

1785 – o Arcebispo Gaspar de Bragança entregou o colégio às Ursulinas de Viana que aqui se estabeleceram até 1878.

1957 – o reitor do Seminário Cónego Luciano dos Santos fundou o Museu Pio XII, e atualmente serve de Casa Sacerdotal.

A fachada principal da igreja abre-se para o Largo de São Paulo, calcetado, situando-se a N. a Igreja Paroquial de Santiago da Cividade.

Igreja com fachadas em cantaria de granito aparente, com aparelho isódomo, à excepção da lateral S. e capela-mor, rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento saliente e rematadas por cornija e beiral, com cunhais apilastrados toscanos. Fachada principal orientada, de dois registos separados por friso, com três panos, definidos por dupla ordem de pilastras toscanas, sendo as dos extremos agrupadas em par; as pilastras do segundo registo, rematadas por pináculos piramidais com bola, suportam entablamento, interrompido ao centro por óculo, formando frontão triangular no remate, com cruz latina no vértice. O registo inferior possui, no pano central, portal em arco de volta perfeita, enquadrado por pilastras toscanas, emolduradas, rematado por entablamento, encimado por frontão triangular, com acesso por quatro degraus; o superior possui, nos panos laterais, janelas rectangulares assentes no friso de separação.

https://franciscabrancoveiga.com

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IX – Igreja do Colégio de Nossa Senhora da Conceição de Campolide / Igreja Paroquial de Campolide / Igreja de Santo António

Arquitetura educativa, ecléctica. Colégio jesuíta composto por igreja (de planta longitudinal) à direita e edifício residencial de planta rectangular.

A igreja segue o modelo das igrejas das Ordens mendicantes em Portugal.

FACHADA DA IGREJA

A fachada da igreja é de corpo único, delimitado lateralmente por pilastras e rematado por frontão triangular, é de assinalar o portal, com ombreiras de cantaria e frontão curvo, encimado pelo grande óculo que ilumina o coro. Uma torre sineira de secção quadrada encontra-se adossada ao lado.

CRONOLOGIA

1858 – fundação do colégio da Companhia de Jesus de Campolide pelo padre Carlos Rademaker, numa quinta denominada da Torre, adquirida pela Companhia de Jesus ao poeta João de Lemos

1879, 8 de Dezembro – lançamento da 1ª pedra da igreja de Nossa Senhora da Conceição, anexa ao colégio com a mesma invocação

1884, 30 de Abril – inauguração da Igreja

1909 – colocação de relógio na torre sineira

1910, Outubro – extinção do colégio

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X – Colégio de São Francisco Xavier / Palácio Fryxell / Instituto Politécnico de Setúbal

FACHADA atual do Colégio de São Francisco Xavier

Localização aproximada da igreja de S. Francisco Xavier.


Lamentavelmente, a reprodução do layout arquitetónico da igreja do Colégio de Setúbal é inviável. Ao longo do tempo, diferentes ocupações e eventos naturais causaram mudanças significativas nos espaços, resultando na total obliteração da sua disposição e estrutura original, deixando para trás pouca ou nenhuma evidência física dessa organização.

No final do séc. XIX Alberto Pimentel e Augusto Pinho Leal dão-nos a conhecer mais um pouco acerca da localização da igreja:

– «Consta que era de boa arquitectura, e tinha a fachada voltada para o fundo da egreja parochial de Santa Maria» (Pimentel, 1877)*.

– «Era de boa architectura, tendo a frente para o fundo da egreja da Sra da Graça» (Pinho Leal, 1880)**.

*PIMENTEL, Alberto. Memória sobre história e administração do Município de Setúbal, Lisboa, C.M. de Setúbal, 1877.

**LEAL, Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Diccionario geographico, estatistico, chorographico, heraldico, archeologico, historico, biographico e etymologico, de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal, Lisboa, Matos Moreira & Companhia, 1880.

CRONOLOGIA

1654, 1 Março – é nomeado um local para criação do Colégio, no sítio das Amoreiras, até à estrada que ia para o terreiro de Jesus; as despesas de construção seriam custeadas com esmolas da população

1655/56 – edificação da Igreja (o Visitador a 8 de maio de 1656 benzeu e lançou a primeira pedra da igreja)

1755, 1 Novembro – destruída a primeira igreja com o terramoto, saindo ilesa a capela-mor que fica então a servir de igreja

1755 – 1758 – o padre Malagrida, reitor do Colégio, empreende obras de reconstrução

– os actos religiosos passaram a decorrer na Capela de São Francisco Xavier

– a Igreja tinha a frente virada para o fundo da Igreja da Senhora da Graça

1758, 2 Setembro – alvará régio leva à expulsão da Companhia de Jesus e ao abandono do Colégio.

In http://www.monumentos.gov.pt

PINHO, Inês- De Colégio de S. Francisco Xavier a Palácio Fryxell.

Veja inclusive, sobre outros espaços da Companhia de Jesus:

– VEIGA, Francisca Branco. Noviciado da Cotovia: O Passado dos Museus da Politécnica 1619-1759, 2009; https://franciscabrancoveiga.com/2022/07/20/historia-do-noviciado-da-cotovia-da-companhia-de-jesus-cronologia/;

– Noviciado S. Francisco de Xavier (1706-1758). VEIGA, Francisca – “O noviciado como escola de formação de missionários: o noviciado de São Francisco de Xavier, de Arroios”. Comunicação proferida no Hospital de Santa Marta, Lisboa, 18/04/2012. Colóquio “Franciscanos, Jesuítas e Doutores: 500 anos a fabricar ideias de futuro para este mundo e o outro”. In https://franciscabrancoveiga.com/…/noviciado-s…/

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XI – Colégio de São Francisco Xavier / Igreja Paroquial da Horta, Açores

Ilha do Faial (Açores), Matriz

Fachada principal: portal da zona regral 

Arquitectura religiosa educativa, maneirista e barroca. Pertenceu a um Colégio da Companhia de Jesus, de planta rectangular regular, onde se inseria a igreja ao centro, uma zona conventual e outra colegial adossadas.

Fachada principal harmónica, com o corpo tripartido pelos vãos que a rasgam, flanqueada por torres sineiras à mesma altura, seguindo uma tendência típica das Ilhas, numa solução que a Companhia divulgou nos imóveis construídos no séc. XVII, estando presente nas fachadas dos Colégios de Elvas, Santarém, Angra, Ponta Delgada e Funchal, bem como na Casa Professa de Vila Viçosa. Fachadas circunscritas por cunhais apilastrados e rematadas em friso e cornija.

«IGREJA com fachada principal de tratamento simétrico, integrando, lateralmente, duas torres sineiras, à mesma altura do corpo central, com tratamento tripartido, dividido por quatro ordens de colunas e pilastras toscanas, definindo os quatro registos, separado por friso e cornija, que, no superior, são de maiores dimensões e mais salientes, correspondendo ao ligeiro recuo do muro.

No primeiro registo, rasgam-se três portais de verga reta e molduras recortadas, o central de maiores dimensões; nos três restantes, surgem, três janelas rectilíneas, as primeiras de varandim com guarda metálica, sendo, as do piso superior, rematadas em frontão, triangular no centro e semicircular sobre as laterais.

O corpo remata em tabela retangular vertical, enquadrando um resplendor envolvido por motivos vegetalistas, flanqueada por pilastras toscanas, encimadas por pináculos e aletas, sendo rematada por friso, cornija e espaldar contracurvado, sobre o qual surge cruz latina.

As torres dividem-se em quatro registos, os inferiores com janelas em capialço, os intermédios com janelas rectilíneas, as primeiras de varandim, e, no registo superior, as sineiras em arco de volta perfeita, assentes em impostas salientes; rematam em friso e cornija, encimados por pináculos e têm cobertura em cúpula»*. 

CRONOLOGIA

1648, 25 Novembro – falecimento do capitão Francisco Dutra de Quadros, que, em testamento, efectuado a 15 de Fevereiro de 1644 e aprovado a 8 de Junho de 1645, deixou bens para a fundação de um colégio da Companhia de Jesus

1652, 15 Outubro – fundação do Colégio de São Francisco Xavier, por ordem do vice-provincial Jerónimo Vogado, enviando um visitador e três padres, que chegaram no dia 21 do mesmo mês; lançamento da primeira pedra.

1680 – início da construção da igreja.

1759, 23 Junho – alvará extinguindo as classes e as escolas jesuíticas.

3 Setembro – ordem para a extinção da Companhia de Jesus.

1760 – expulsão da Companhia de Jesus, ficando por concluir o interior da igreja.

1825, A igreja tornou-se matriz.

1926, 31 Agosto – um terramoto abala o edifício.

1926 – 1930 – reconstrução do imóvel.

18 de Julho – criação do Museu da Horta.

2000 – criação do Núcleo Museológico dos Capelinhos para acolher a exposição permanente sobre a erupção vulcânica de 1957.

HOJE, o edifício alberga o Museu da Horta e a Câmara Municipal. 

*VEJA_SE, CARITARui, “O Colégio Jesuíta de São Francisco Xavier no Faial”, in O Faial e a periferia Açoriana nos séculos XV a XX, Horta, 1998, pp. 113-153; AFONSO, João, “A Igreja do Colégio de Angra no conjunto dos templos insulares da Companhia de Jesus (esboço de um estudo comparativo)”, in Atlântida, vol. X, n.º 1, Janeiro – Fevereiro 1966, pp. 55-60; http://www.monumentos.gov.pt

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VEIGA, Francisca Branco (2024), Fachadas das Igrejas Jesuítas em Portugal (blogue da autora Francisca Branco Veiga). Disponível em: https://franciscabrancoveiga.com/ [01 de Abril de 2024].

Martinho Lutero (Eisleben, 10 de novembro de 1483 – Eisleben, 18 de fevereiro de 1546)

Durante a Renascença italiana, obras antigas inspiraram os estudiosos italianos, dando origem a diversos movimentos humanistas. Com os Iluministas, os valores humanistas foram reforçados, com os avanços da ciência e das tecnologias, acreditando-se nas capacidades do Homem (individualismo/antropocentrismo; espirito crítico; racionalismo) . 

A decadência dos costumes do alto clero secular (bispos, cardeais e papas), devido à imoralidade,
ao absentismo, à falta de vocação, à compra e venda de cargos eclesiásticos e a falta de austeridade, venda de relíquias, venda de indulgências e exploração da crença e da piedade dos fiéis pela Igreja Monástica, levou à quebra do prestígio e da autoridade da Igreja Católica Romana.

Os humanistas cristãos criticavam a hipocrisia e a corrupção do clero, defendiam a necessidade de renovação da vida religiosa, e procuravam através da crítica e do estudo dos textos evangélicos realçar o afastamento da mensagem que a Bíblia transmitia, propondo o regresso à pureza original do cristianismo e à interioridade da fé, defendendo a tradução da Bíblia para as línguas nacionais, de modo a possibilitar aos crentes um acesso direto e pessoal aos textos sagrados e colocando em causa o papel exclusivo dos sacerdotes na leitura e interpretação dos Evangelhos.

Como humanistas cristãos, apoiavam-se nos textos antigos, com o fim da purificação das Escrituras Sagradas, recusando a interpretação contida nas diversas em citações feitas pelas autoridades clericais medievais.

Martinho Lutero era um cristão profundamente devoto e, como qualquer homem do seu tempo, vivia preocupado com a questão do julgamento final e da salvação eterna.

Entendia que nem as obras nem as indulgências influenciavam a salvação dos homens e que só a fé em Deus podia salvá-los.

Para Lutero, o caminho da salvação era da responsabilidade do cristão e da sua fé; as indulgências eram, assim, contrárias à doutrina cristã.

Em 31 de Outubro de 1517, Martinho Lutero afixou na porta da catedral de Wittenberg, as 95 Teses contra as Indulgências.

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Porta da Igreja de Todos os Santos com as 95 Teses de Martinho Lutero inscritas no original em latim. (https://commons.wikimedia.org/wiki/File:95Thesen2390.JPG)

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Estava aberta a rutura com Roma e iniciava-se um novo cisma na cristandade ocidental. O ano de 1517 assumia-se como a data oficial do início da Reforma.

O protestantismo viu a sua definição concretizada, em 1530, na Confissão de Augsburgo:

Martinho Lutero recusou alguns dos dogmas católicos:

– negava a hierarquia e a autoridade do papa;

– o celibato eclesiástico foi recusado. Todos os cristãos eram iguais pelo Batismo;

– o sacerdócio era universal: todos os crentes eram pastores;

– a Bíblia foi traduzida para as línguas nacionais;

– os Evangelhos eram a única fonte de fé e de toda a revelação;

– negava o papel das obras na salvação: só a fé em Deus era salvadora;

– quanto aos sacramentos: reconhecia o Batismo e a Eucaristia; – adotou a comunhão do pão e do vinho instituída por Cristo;

– recusou o papel da Virgem e dos santos;

– não reconhecia a validade de determinados ritos;

– a missa era celebrada em língua vulgar e não em latim;

– elementos principais do culto: a leitura da Palavra do Evangelho, o sermão e os cânticos.

Foi o movimento protestante e a sua rápida expansão que deu o impulso e impôs a urgência de renovação da Igreja Católica.

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Lutero morto conforme retratado por Lucas Cranach, o Velho

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Encontra-se sepultado na Igreja do Castelo de Vitemberga (Alta Saxónia, Alemanha)

Schlosskirche (Palace Chapel) in Wittenberg

A REAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA

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RENASCIMENTO

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VEIGA, Francisca Branco (2024),   Martinho Lutero (Eisleben, 10 de novembro de 1483 – Eisleben, 18 de fevereiro de 1546) (blogue da autora Francisca Branco Veiga). Disponível em: https://franciscabrancoveiga.com/ [29 de Fevereiro de 2024].

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Biblioteca da Ajuda, Jesuítas na Ásia, Série da Província da China, Séculos XVI e XVII

O período histórico em apreço é de tal modo importante e tão cheio de particularidades que um historiador pode bem sentir-se frustrado na escolha deste ou daquele tema. Para este trabalho, o conjunto de códices que a biblioteca da Ajuda tem sobre os jesuítas na Ásia é de uma quantidade e valor inestimável pelo que me foi difícil fazer a opção de escolha.

Após a viagem de Vasco da Gama à Índia chegam a Lisboa notícias sobre a China e sobre as navegações chinesas no Índico, realizadas entre 1405 e 1433.

D. Manuel, em 1508, envia Diogo Lopes de Sequeira a Malaca com o objectivo de recolher informações sobre a China e os chineses.

A partir de 1511, após a conquista de Malaca são feitos os primeiros contactos e é centralizado aqui o comércio português do Índico e dos mares da China.

Em 1513, Jorge Álvares penetra nos mares da China iniciando um período de intensas relações luso-chinesas.

Em 1515, em Malaca os portugueses ouvem falar de Macau, então conhecido pelo nome de Haojing, que significa Espelho de Ostra.

A partir desta data os portugueses procuram estabelecer relações diplomáticas com a China e obter um posto de comércio permanente na zona de Cantão.

Em 1517 é enviada à China a primeira embaixada, chefiada por Tomé Pires, com o intuito de estabelecer contactos políticos e diplomáticos que permitissem o comércio português na zona.

Assim, a instalação dos portugueses em Macau, em 1557, é fruto da conjugação de três factores essenciais: das condições internas e das relações internacionais estabelecidas pela dinastia reinante, Ming; do processo de aprendizagem dos portugueses nos mares da China; e da parceria de interesses comerciais que se estabeleceram entre chineses, portugueses e japoneses.

A China da dinastia Ming procura o monopólio do comércio externo marítimo através do controle da iniciativa privada das comunidades chinesas litorais e ultramarinas.

A crise fiscal e monetária da China, no tempo do imperador Jiajing  (1522-1566), e o consequente incremento da procura chinesa da prata, bem como a crescente produção da prata japonesa e a capacidade dos portugueses como intermediários, em parceria com chineses e japoneses, cria a possibilidade de Macau se tornar um entreposto, por onde passa a rota da seda, prata, porcelana, ouro e cobre.

Durante a ocupação filipina (1580-1640), o Império Português tornou-se muito fraco e desprotegido, visto que o Rei de Espanha, que era simultaneamente Rei de Portugal, não estava muito interessado em defender o Império Português. Estava mais interessado em defender e expandir o seu Império, em colonizar e controlar a América do Sul e em travar guerras com as outras potências europeias, nomeadamente a Inglaterra e a Holanda. Utilizou muitos recursos para manter estas guerras, em vez de utilizá-los para defender o nosso Império. Os inimigos de Espanha tornaram-se por consequência inimigos de Portugal. As colónias portuguesas sofreram inúmeros ataques dos ingleses, dos holandeses e dos franceses e muitas delas caíram nas mãos do inimigo.

Macau foi atacada em 1622 por 800 soldados holandeses. Eles desembarcaram na praia e avançaram com cautela para a Cidade, sofrendo pesado bombardeio de canhões da Fortaleza do Monte. A guarnição militar em Macau era pequena e muito inferior à força invasora holandesa. Após 2 dias de combate, no dia 24 de Junho, um padre jesuíta disparou um tiro de canhão e acertou com precisão, um vagão carregado de pólvora pertencente aos holandeses e foi assim que os militares de Macau derrotaram as forças invasoras. Dizem os registos portugueses que morreram algumas dezenas de portugueses e que morreram em combate ou afogados cerca de 350 holandeses. Para Macau, desprevenida, a vitória foi considerada um milagre. Após a vitória, os moradores de Macau passaram a comemorar o dia 24 de Junho, dia da vitória, como o “Dia da Cidade”. É também neste dia que se comemora o São João Baptista, o Padroeiro da Cidade. Conta a lenda que foi graças ao seu manto foram desviados os tiros dos inimigos, salvando a Cidade dos invasores holandeses.

Em 1640, em Portugal, quando a classe média e aristocracia, descontentes com o domínio espanhol e com o reinado de Filipe IV de Espanha (III de Portugal), quiseram restaurar a independência, pediram a D. João para encabeçar a causa. D. João aceitou a responsabilidade e a 1 de Dezembro deu-se o golpe contra Filipe III, sendo coroado Rei de Portugal a 15 de Dezembro de 1640.

Muitos mensageiros espalharam pelo país a notícia, levando consigo cartas para as autoridades de cada terra se encarregarem de aclamarem o novo rei. D. João IV enviou também diplomatas às principais cortes europeias com o objectivo de conseguir o reconhecimento da independência.

Na China, as notícias chegam dois anos depois. Em 30 Outubro de 1642 são enviadas cartas para Portugal, da Santa Casa da Misericórdia para dar a D. João IV os parabéns da aclamação. Também há registo de, em Agosto de 1643, uma Certidão de D. Sebastião Lobo de Sylveira Capitão Geral de Macau falando da felicidade dos Padres da companhia, aclamando D. João IV.

Macau é um espaço de pluralidade religiosa onde convivem com o cristianismo as várias expressões da religiosidade chinesa: o budismo, o daoísmo  e o confucionismo.

Os missionários jesuítas chegam à Ásia em 1542. Macau vai desempenhar um papel de centro difusor do cristianismo no Oriente. É a partir de Macau que partem as missões com destino ao Japão, à China e ao sueste asiático.

O Colégio de S. Paulo é a primeira universidade europeia na China, desenvolvendo cursos de artes, teologia, chinês, latim, matemática, astronomia, física, medicina, retórica e música. A impressão surge também ligada aos jesuítas e à difusão do cristianismo na China e no Japão. Em Macau imprime-se em três línguas: chinês, latim e português.

Fachada da Igreja de S. Paulo em Macau
Manuel da Costa
c. 1815
Litografia a preto sobre papel
Lisboa, Arquivo Histórico Ultramarino

O cristianismo tem nesta parte do mundo uma forte dimensão cultural, tendo penetrado por esta via junto das elites chinesas.

Os primeiros tempos dos jesuítas na China foram essencialmente marcados pelo estudo da língua, pela observação atenta dos hábitos religiosos e sociais, pelo esforço de integração cultural e, sobretudo, por uma grande contenção nos gestos e nas palavras, a fim de não darem azo a qualquer suspeita de confronto susceptíveis de justificarem a sua expulsão do país. Mesmo assim muitas foram as injúrias, os desacatos e intrigas contra os membros da Companhia de Jesus levando a extremos, como por exemplo, ao martírio de alguns membros.

XXXXX

A Biblioteca da Ajuda detém um acervo bastante importante, instaladas em 220 estantes, compreendendo 2800 prateleiras, num total de 3700 metros de prateleiras com um total de 105 000 espécimes manuscritos e impressos, como o Cancioneiro da Ajuda, o Livro de Traças de Carpintaria ou a obra Da fabrica que falece a cidade de Lisboa, de Francisco de Holanda.

Nos códices Jesuítas na Ásia as divisões, Série da Província do Japão, Série da Província da China, Série das Missões do Tonquim, orientam-nos no estudo dos vários espaços geográficos de missionização.

A origem do núcleo dos Jesuítas na Ásia está na chegada a Macau, em 1742, do Bispo D. Frei Hilário de Santa Rosa, acompanhado de dois franciscanos e quatro jesuítas, entre eles os Padres José Montanha S. J. e José de Jesus. À sua chegada esperava-os o Irmão João Álvares para os conduzir a Macau. Encontravam-se reunidos, pela primeira vez, os principais intervenientes de uma acção que iria frutificar na organização de um “corpo” histórico de extrema importância hoje em dia, existente na Biblioteca da Ajuda, na Biblioteca Nacional de Lisboa, e na Academia Real da História, em Madrid.

Em 1745 o Irmão João Álvares e o Padre José Montanha dirigiram os trabalhos de treslado directamente para a Procuratura da Província do Japão em Lisboa, no Colégio de Santo Antão.

O conteúdo dos treslados é diversificado: desde cartas anuas e notícias das missões, incluindo a epistolografia Xavieriana; tratados e pareceres teológicos-morais sobre os ritos sínicos, toda a série de notícias e actos das controvérsias com os Vigários Apostólicos e a Sagrada Congregação da Propaganda Fide, o longo martiriológico jesuítico, bem como a sucessão dos Bispos de Macau, China e Japão e superiores das respectivas Províncias e Vice-Províncias. Inventários e cargas do barco “negro” da viagem do Japão, bens do Colégio de Macau e da Procuratura da Província do Japão, enfim, um pouco da vida civil e religiosa de Macau. Por fim, as grandes obras de Fróis, Montanha, Valignano e Cardim, entre outros.

Da pesquisa historiográfica dos 61 códices dos Jesuítas na Ásia conseguimos ter uma ideia organizada sobre a sua penetração na Ásia, o embate cultural e a estratégia de fixação, os métodos missionários utilizados, os seus desejos, as suas convicções, os seus medos.

Através de um grande esforço de aproximação, do fomento do intercâmbio científico e de uma missionação efetiva, os missionários da Companhia de Jesus desempenharam um papel importante, a partir dos finais do século XVI e, em especial, durante o século XVII, no encontro das culturas europeia e chinesa.

Bibliografia

ARAÚJO, Horácio Peixoto de, Os Jesuítas no Império da China: o primeiro século (1582-1680), Macau: Instituto Português do Oriente, 2000.

GEADA, Maria da Conceição, Índice Onomástico da Colecção dos Jesuítas na Ásia, Lisboa, Biblioteca da Ajuda, 1976.

LEÃO, Francisco G. Cunha, Jesuítas na Ásia: catálogo e guia, Macau: Instituto Cultural de Macau: Instituto Português do Património Arquitectónico: Biblioteca da Ajuda, 1998.

LOUREIRO, Rui Manuel, Fidalgos, missionários e mandarins: Portugal e a China no século XVI, Lisboa: Fundação Oriente, 2000.

PEREIRA, Galiote, Primeiros escritos portugueses sobre a China, Lisboa: Alfa, D.L. 1989.

RODRIGUES, Francisco, A aclamação de D. João IV em Macau, Lisboa: [Tip. Porto Médico], 1944.

RODRIGUES, Francisco, Jesuítas portugueses astrónomos na China: 1583-1805, Macau : Instituto Cultural, 1990.

SANDE, Duarte de, Um tratado sobre o reino da China dos padres Duarte Sande e Alessandro Valignano (Macau, 1590) / introd., versão port. e notas de Rui Manuel Loureiro, Macau : Instituto Cultural, 1992.

SILVA, Armando Malheiro da, Arquivística: teoria e prática de uma ciência da informação, Porto: Afrontamento, imp. 1999.

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VEIGA, Francisca Branco (2024),  Biblioteca da Ajuda, Jesuítas na Ásia, Série da Província da China, Séculos XVI e XVII (blogue da autora Francisca Branco Veiga). Disponível em: https://franciscabrancoveiga.com/ [03 de Fevereiro de 2024].

(Trabalho elaborado para a cadeira de Arquivística. Mestrado em Património Histórico de Matriz Cristã. Área de Comunicação Social. Universidade Católica de Lisboa. Lisboa, 2006.

Título do trabalho: CÓDICE 49-V-3. Série da Província da China)

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Lisboa Precursora do Projeto Inaciano: O Colégio de Santo Antão-o-Velho

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VEIGA, Francisca Branco (2024),  Lisboa Percursora do Projeto Inaciano: O Colégio de Santo Antão-o-Velho (blogue da autora Francisca Branco Veiga). Disponível em: https://franciscabrancoveiga.com/ [16 de Janeiro de 2024].

Palestra proferida para as Jornadas Europeias do Património 2012.
“A Companhia de Jesus em Lisboa. Os jesuítas e a Santa Casa da Misericórdia:
Desafios comuns na tradição cultural”
(Museu de São Roque 28-09-2012)

Título da comunicação:

Lisboa percursora do Projeto inaciano: Colégio de Santo Antão-o-velho e Noviciado da Cotovia

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DIA DE REIS, 06 de Janeiro

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ADORAÇÃO DOS MAGOS
Domingos Sequeira 1828
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa

Dia para venerar os Reis Magos. Tradição surgida no século VIII converteu em santos Melchior, Gaspar e Baltazar.

Até ao ano de 474 os restos mortais dos reis Magos estiveram sepultados em Constantinopla (atual Istambul),depois foram trasladados para a catedral de Milão, na Itália. Em 1164, foram transferidos para a cidade de Colónia, na Alemanha, onde foi erguida a catedral dos Reis Magos, e aí se encontram até hoje.

Relicário dos Reis Magos
Imagem: https://www.cologne-tourism.com/arts-culture/sights/detail/cologne-cathedral

Os reis magos levaram presentes para o menino Jesus, ouro, incenso e mirra: Ouro: representa a nobreza de Jesus; Incenso: representa a divindade de Jesus; Mirra: essência humana; representa o sofrimento que Jesus viria a enfrentar.

Na Bíblia, o Dia de Reis aparece no Evangelho de São Mateus (Mt 2 1-12) (escrito entre 70 e 115 d.C.)

«Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia no tempo do rei Herodes, vieram do oriente uns magos a Jerusalém, perguntando:

Onde está aquele que nasceu Rei dos Judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos adorá-lo.

O rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e com ele toda Jerusalém;

e reunindo todos os principais sacerdotes e os escribas do povo, perguntava-lhes onde havia de nascer o Cristo.

Eles lhe disseram: Em Belém da Judéia; pois assim está escrito pelo profeta:

E tu Belém, terra de Judá, Não és de modo algum o menor entre os lugares principais de Judá; Porque de ti sairá um condutor, Que há de pastorear meu povo de Israel.

Então Herodes chamou secretamente os magos, e deles indagou com precisão o tempo em que a estrela tinha aparecido;

e enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide informar-vos cuidadosamente acerca do menino; e quando o tiverdes achado, avisai-me, para eu também ir adorá-lo.

Os magos, depois de ouvirem o rei, partiram; e eis que a estrela, que viram no oriente, ia adiante deles, até que foi parar sobre o lugar onde estava o menino.

Ao avistarem a estrela ficaram extremamente jubilosos.

Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, adoraram-no; e abrindo os seus cofres, fizeram-lhe ofertas de ouro, incenso e mirra.

Sendo em sonhos avisados por Deus que não voltassem a Herodes, seguiram por outro caminho para a sua terra.

[…]»

Como não diz quantos eram os Reis Magos, diz-se três pela variedade de presentes oferecidos.

Também não há relatos bíblicos sobre o nome dos magos. Foi o monge beneditino inglês São Beda (673-735) que,  no seu texto Excerpta et Colletanea deu forma e originou as figuras dos reis magos. São Beda ligou os reis magos a regiões do mundo antigo: Melchior, seria o rei da Pérsia; Gaspar, o rei da Índia; Baltazar, o único negro, o rei da Arábia.

«Melchior era velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, terra dos Caldeus. Gaspar era moço, de vinte anos, robusto e partira de uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltasar era mouro, de barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz”» (Excerpta et Colletanea)

Talvez fossem astrólogos/astrónomos pois, segundo o relato viram uma estrela e foram, por isso, seguindo-a até à região onde nascera Jesus Cristo. A estrela, conta o evangelho, só após os guiar até ao cruel Herodes é que parou sobre o local onde estava o menino Jesus.

“E vendo a estrela, alegraram-se eles com grande e intenso júbilo” (Mateus 2:10).

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VEIGA, Francisca Branco (2024),  DIA DE REIS, 06 de Janeiro (blogue da autora Francisca Branco Veiga). Disponível em: https://franciscabrancoveiga.com/ [05 de Janeiro de 2024].

#franciscabrancoveiga #franciscaveiga #historia4all #adoraçaodosmagos #diadereis #DomingosSequeira #evangelhosaomateus #6DeJaneiro #catedraldecolónia

Quadro cronológico relativo à estada da Companhia de Jesus em Portugal de 1540 à atualidade

A Companhia de Jesus, ordem religiosa fundada em 1534 por um grupo de estudantes da Universidade de Paris, liderados pelo basco Inácio de Loyola, é conhecida principalmente pelo seu trabalho missionário e de educação.

Ao entrar em Portugal pela mão do rei D. João III, logo após a sua fundação, é, no reinado de D. José, expulsa de Portugal, levando ao encerramento da presença evangelizadora, missionária e educativa nos territórios portugueses (1759).

Retrato de D. João III de Portugal, no Museu de São Roque.
 É uma réplica dum quadro pelo Mestre Flamengo Anthonis Moro, pintado em 1522 (Museu do Prado, Madrid).
Este quadro é atribuído a Cristóvão Lopes, filho de Gregório Lopes e seu sucessor enquanto pintor da corte em 1550.
S. Francisco Xavier despedindo-se de D. João III
André Reinoso, cerca de 1619
Igreja de S. Roque, Lisboa, Portugal

O século XIX vai ser para os jesuítas um século de exílios. Reentram em Portugal em 1829, no reinado de D. Miguel, e são novamente expulsos seis anos depois por D. Pedro, regente em nome de sua filha D. Maria II.

Johann Nepomuk Ender
Viena, Áustria, 1827
Óleo sobre tela
256×180 cm
Assinado e datado: “Giovanni Ender pinx, Vienne 1827”

Em 1858, será o Padre Rademaker a pessoa que irá fazer renascer os missionários jesuítas em Portugal, que a República volta a expulsar (outubro de 1910).

Carlos João Rademaker (1828—1885)
Autor desconhecido

A partir de 1923, no governo do presidente António José de Almeida (6º presidente da Primeira República Portuguesa – 5 de outubro de 1919 a 5 de Outubro de 1923), reabrem algumas residências em Portugal, sendo, pelo decreto de 12 de maio de 1941, na sequência da Concordata de 1940, reconhecidos como corporação missionária, normalizando, deste modo, a sua situação jurídica.

«INTER SANCTAM SEDEM ET REMPUBLICAM LUSITANAM 

SOLLEMNES CONVENTIONES

CONCORDATA ENTRE A SANTA SÉ E A
REPÚBLICA PORTUGUESA

Em nome da Santíssima Trindade

Sua Santidade o Sumo Pontífice Pio XII, e Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa, dispostos a regular por mútuo acôrdo e de modo estável a situação jurídica da Igreja Católica em Portugal, para a paz e maior bem da Igreja e do Estado,

Resolveram concluir entre si uma solene Convenção que reconheça e garanta a liberdade da Igreja e salvaguarde os legítimos interesses da Nação Portuguesa, inclusivamente no que respeita às Missões Católicas e ao Padroado do Oriente.

Para tal efeito, Sua Santidade nomeou seu Plenipotenciário Sua Eminência Reverendíssima o Senhor Cardeal LUIGI MAGLIONE, Seu Secretário de Estado,

e o Senhor Presidente da República Portuguesa nomeou Seus Plenipotenciários :

Sua Excelência o Sr. General EDUARDO AUGUSTO MARQUES, antigo Ministro das Colónias, Presidente da Câmara Corporativa, Gran Cruz das Ordens militares de Cristo, de S. Bento d’Aviz e da Ordem do Império Colonial;

Sua Excelência o Sr. Doutor MARIO DE FIGUEIREDO, antigo Ministro da Justiça e dos Cultos, Professor e Director da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Deputado e Gran Cruz da Ordem militar de S. Tiago da Espada;

Sua Excelência o Sr. Doutor VASCO FRANCISCO CAETANO DE QUEVEDO, Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário junto da Santa Sé, Gran Cruz da Ordem militar de Cristo e Cavaleiro de Gran Cruz da Ordem de S. Gregório Magno;

os quais, trocados os seus respectivos plenos poderes e achados em boa e devida forma, acordaram nos artigos seguintes :

Art. I

A República Portuguesa reconhece a personalidade jurídica da Igreja Católica. As relações amigáveis com a Santa Sé serão asseguradas na forma tradicional por que historicamente se exprimiam, mediante um Núncio Apostólico junto da República Portuguesa e um Embaixador da República junto da Santa Sé.

[…]

Assinatura da Concordata e do Acordo Missionário no Vaticano, 7 de Maio de 1940. À direita o Cardeal Luigi Maglione, representante da Santa Sé e à esquerda o General Eduardo Marques, antigo Ministro das Colónias portuguesas. [AHD- Colecção de Álbuns Fotográficos].

Quadro alusivo à estada da Companhia de Jesus em Portugal de 1540 à atualidade

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VEIGA, Francisca Branco (2023),   Quadro cronológico relativo à estada da Companhia de Jesus em Portugal de 1540 à atualidade (blogue da autora Francisca Branco Veiga). Disponível em: https://franciscabrancoveiga.com/ [02 de Janeiro de 2024].

#franciscabrancoveiga #franciscaveiga #historia4all #CompanhiadeJesus #SJ  #djoaoiii #dmiguel #CarlosRademaker #Concordata1940 #decreto12maio1941

Os primeiros Padres da Companhia de Jesus

Autor desconhecido
Século XVI-XVII
Desenho a sanguínea sobre papel
Roma, Arquivo da Companhia de Jesus

Os primeiros Padres da Companhia de Jesus, aqui representados, são, da esquerda para a direita e de cima para baixo:Inácio de Loyola, Diogo Lainez, Francisco Xavier, Pedro Fabro, Nicolau Bobadilha,Simão Rodrigues, Afonso Salmerón, Pascásio Broet, João Codure e Cláudio Le Jay.

Santo Inácio de Loyola e seus companheiros
Autor desconhecido
Século XVII.
Pintura a óleo sobre tela
Arquidiocese de Braga, Museu Pio XII

Insc.: O GRANDE PATRIARCHA SANTO INACIO DE LOYOLA COM SEUS PRIMEIROS COMPANHEIROS OS VENERAVEIS PADRES PEDRO FABRO, S. FRANCISCO XAVIER, DIOGO LAYNEZ, AFFONSO SALMERÃO, NICOLAO DE BOBADILHA, SIMÃO RODRIGUES, CLAUDIO JAYO, JOÃO CODURE, PASCHASIO BROET

No dia da festa da Assunção de Nossa Senhora, a 15 de Agosto de 1534, um grupo de estudantes (Inácio de Loyola, Pedro Fabro, Francisco Xavier, Diogo Laynez, Affonso Salmerão, Nicolao de Bobadilha e Simão Rodrigues), núcleo inicial da futura Companhia de Jesus, reuniu-se na cripta da capela de S. Dionísio, em Montmartre, Paris. Pedro Fabro, então o único padre, celebrou missa, introduzindo, no momento da comunhão, uma cerimónia de juramento, na qual cada um dos companheiros pronunciou votos de castidade perpétua, pobreza evangélica e de realizar uma peregrinação a Jerusalém.

S. Francisco de Borja, S. Francisco Xavier e Santo Inácio de Loyola
Autor desconhecido
Século XVII
Pintura a óleo sobre tela
Diocese de Santarém

Estão aqui representados três dos fundadores da Companhia de Jesus, os primeiros a serem canonizados: S. Francisco de Borja (Gândia, Valência, 1510 – Roma, 1572), à esquerda; S. Francisco Xavier (Xavier, 7 de abril de 1506 — Sanchoão, 3 de dezembro de 1552), ao centro; e Santo Inácio de Loyola (Loyola, 1491 – Roma, 1556), à direita.

Ciclo da vida de S. Francisco Xavier
Papa Paulo III recebe S. Francisco Xavier e os seus companheiros
André Reinoso (activo 1610-1641) e colaboradores
1619
Óleo sobre tela
Lisboa, igreja de S. Roque, sacristia

São Francisco Xavier, de joelhos diante do trono papal, e os seus companheiros, durante a audiência papal em 1539, solicitam-lhe a devida licença para receberem as ordens sacras e partir para a Terra Santa. Em segundo plano, de pé atrás de Francisco Xavier, encontra-se S. Inácio de Loyola.

P. Simão Rodrigues de Azevedo, natural de Vouzela, um dos Fundadores da Companhia e primeiro Provincial de Portugal.
Pintura a óleo sobre tela existente na Residência de S. Roberto Belarmino (Casa de Escritores), Lisboa.

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VEIGA, Francisca Branco (2023),   Os primeiros Padres da Companhia de Jesus (blogue da autora Francisca Branco Veiga). Disponível em: https://franciscabrancoveiga.com/ [22 de Dezembro de 2023].

#franciscabrancoveiga #franciscaveiga #historia4all #CompanhiadeJesus #SJ #PadresJesuitas

Inácio de Loyola, os Exercícios Espirituais e a Natividade

Inácio de Loyola (1491-1556), nos Exercícios Espirituais (parágrafos 111-117), exorta a redescobrir o sentido da Natividade, e a aprender a contemplar o Natal com outros olhos.

Pretendia Inácio de Loyola tornar o momento de numa verdadeira introspecção, procurando ver “com outros olhos” na “composição de lugar” a mesma admiração que os pastores sentiram diante da visão da cabana onde Jesus nasceu. 


Sebastiano Ricci (Italiano, 1659–1734)
Sagrada Família com Santo Inácio de Loyola
Óleo sobre tela
128 x 95.6 cm

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EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS

Segunda Semana

«É DO NASCIMENTO

Oração preparatória, a habitual [46].

111 – Primeiro preâmbulo é a história; e será aqui como desde Nazaré saíram nossa Senhora, grávida quase de nove meses, como se pode piamente meditar, assentada numa jumenta, e José e uma serva, levando um boi, para ir a Belém pagar o tributo que César impôs em todas aquelas terras [264].

112 – Segundo [preâmbulo], composição vendo o lugar; será aqui ver, com a vista imaginativa, o caminho desde Nazaré a Belém, considerando o comprimento, a largura, e se tal caminho era plano ou se por vales ou encostas. Assim mesmo, observar o lugar ou gruta do nascimento, se era grande, pequeno, baixo, alto, e como estava preparado.

113 – Terceiro [preâmbulo] será o mesmo e da mesma forma que na contemplação precedente.

114 – Primeiro ponto é ver as pessoas, a saber, ver nossa Senhora e José e a serva, e o Menino Jesus depois de já ter nascido, fazendo-me eu um pobrezinho e escravozito indigno que os observa, os contempla e os serve em suas necessidades, como se presente me achasse, com todo o acatamento e reverência possível; e, depois, reflectir em mim mesmo para tirar algum proveito.

115 – Segundo [ponto]: observar, advertir e contemplar o que falam; e, reflectindo em mim mesmo, tirar algum proveito.

116 – Terceiro [ponto]: observar e considerar o que fazem, como é caminhar e trabalhar, para que o Senhor venha a nascer em suma pobreza e, ao cabo de tantos trabalhos de fome, de sede, de calor e de frio, de injúrias e afrontas, para morrer na cruz; e tudo isto por mim; depois, reflectindo, tirar algum proveito espiritual.

117 – Acabar com um colóquio, como na contemplação precedente, e com um Pai nosso.»

Pieter Paul Rubens
A Adoração dos Pastores , 1608
Óleo sobre tela
300×192 cm

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VEIGA, Francisca Branco (2023),   Inácio de Loyola, os Exercícios Espirituais e a Natividade (blogue da autora Francisca Branco Veiga). Disponível em: https://franciscabrancoveiga.com/ [11 de Dezembro de 2023].

#franciscabrancoveiga #franciscaveiga #historia4all #inaciodeloyola #natividade #exercíciosespirituais

José Ferreira Borges e o periódico “O Correio Interceptado” 

O Correio Interceptado, de José Ferreira Borges (1786-1838), impresso em Londres, fazia parte da chamada imprensa da emigração portuguesa em Londres. Ferreira Borges foi uma personagem importante do liberalismo português, economista liberal e pensador político e jurídico, autor do Código comercial português, de 1833, desempenhou um papel de liderança na revolução de 1820 e foi nomeado Secretário do Interior do governo provisório.  Encontrava-se exilado em Inglaterra devido ao avanço que as forças absolutistas tinham tido em Portugal, desde 1823, e que puseram fim, após a Vilafrancada, ao primeiro governo liberal.

José Ferreira Borges [Visual gráfico] / Alves lithografou. Porto, 1840 . – [Lisboa?: s.n., 1840]. In BNP.

A obra, escrita sob a forma de cartas entre 1 de Novembro de 1825 e 24 de Agosto de 1826, num total de 63 cartas sobre diversos assuntos: política em Portugal, Grã-Bretanha, Estados Unidos, América Latina e Brasil, assuntos eclesiásticos, Alexandre I da Rússia, o comércio do vinho, papel moeda e bancário, a estátua equestre de D. José I na Praça do Cavalo Negro de Lisboa, os Açores, a censura, a medicina, etc. 

A polícia de D. Miguel teve um cuidado especial para com os exilados e as suas publicações, principalmente com as folhas de Londres. Referia Frei Fortunato de São Boaventura no O Defensor dos Jesuítas, em 1829: “…protestão, e jurão mover toda a qualidade de pedras”.

No centro de difusão da propaganda política liberal portuguesa em Londres, os escritos destinados a Portugal seguiam trâmites complicados.

Eram enviados, em sacos selados, para a embaixada brasileira, de Londres, daqui os remetiam como «correspondência oficial brasileira» ao secretário dos Negócios Estrangeiros inglês, o qual, por seu turno, os mandava como «bagagem diplomática», ou no navio correio ou num vaso de guerra inglês, ao cônsul de Inglaterra em Lisboa, que os confiava ao encarregado de negócios brasileiro, que os distribuía pelo país, não raro por intermédio de senhoras titulares.

O padre Benevenuto, que vivia em Londres, enviava instruções do «conselho de regência» a senhoras da nobreza, entre elas, a marquesa de Alorna, D. Leonor de Almeida Portugal (1750-1839), a baronesa do Alvito, D. Henriqueta Policarpa Lobo da Silveira Quaresma (1796 – 1858), a marquesa de Nisa, D. Eugénia Maria Josefa Xavier Teles de Castro da Gama (1776-1839), e a condessa de Ficalho, Eugénia Maurícia Tomásia de Almeida Portugal (1784-1859)[1], que por sua vez se dedicavam a fazer propaganda da revolução. Os revolucionários de Lisboa reuniam-se na casa do cônsul do Brasil, sendo este, mais tarde, expulso do país e a condessa de Ficalho internada no convento de Carnide[2]. Contava o Marquês de Fronteira que,

“As minhas parentas Marquezas de Angeja e de Castello Melhor, as Condessas de Ficalho e Ribeira Grande, minha cunhada D. Anna da Camara, e outras muitas, estavam encarceradas nos conventos mais apertados da capital e incomunicáveis, e os filhos d’algumas d’estas senhoras, que eram menores, estavam debaixo da tutela de indivíduos inteiramente estranhos á família”[3].

Assim se explica as razões da escolha de um periódico com um formato mais pequeno, nomeadamente o décimo segundo tamanho (a folha media 8 cm de largura por 13 cm de altura), para que não fosse detetado nas cartas em que era colocado e deste modo podesse entrar mais facilmente em Portugal.

Em Plymouth, onde até 1829 se encontrava a máquina geradora de novas formas de resistência ativa, Ferreira Borges editou o O Correio Interceptado com 63 cartas, integrando a ressonância da epifania dos liberais emigrados. É nestas circunstâncias que publica a carta intercetada nº 57, onde difama os jesuítas e alerta a sociedade portuguesa para uma possível entrada destes em território nacional. Na carta escrevia o seguinte:

“Cinco Jesuitas Francezes acabão, segundo me disseram, de embarcar-se para Lisboa com o nome de Padres Allemaens.

[…] A Lei que ordenou o seu extirminio está em vigor. – Uma Regencia não tem poder de revoga-la […]

Eu fico à espreita da realização deste attentado nacional; e a realizar- se protesto-lhe a mais solemne accusação contra o Ministro, que em minhas forças caiba”[4] .

Plymouth: Câmara Municipal e Igreja de Santo André.
Gravura do século XIX.

[1] PORTUGAL, Eugénia Maurícia Tomásia Almeida (1784-1859). [Consultado 2 novembro de 2016]. Disponível na internet em:  < http://www.inventarq.fcsh.unl.pt/index.php/almeida-eugenia-mauricia-tomasia-1784-1859&gt;

[2] MENEZES, Luís Miguel P. G. Cardoso de – “Os Patriotas Ficalhos e a Defesa do Liberalismo Constitucional”. In Revista Militar, n.º 2535, abril de 2013, pp. 343 – 364.

[3] FRONTEIRA, 7º Marquês de – Memorias do Marquês de Fronteira e de Alorna, D. José Trazimundo Mascarenhas Barreto ditadas por ele próprio em 1861, Parte 4ª: 1824 a 1833. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1928, p. 300.

[4] Carta de Le Fouet para Snr. Ignacio de Loyola, em Lisboa. Havre de Grace, 7 de julho de 1826. In O Correio Interceptado. Londres: M. Calero, 1825, pp. 281-283.

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VEIGA, Francisca Branco (2023),  José Ferreira Borges e o periódico “O Correio Interceptado”  (blogue da autora Francisca Branco Veiga). Disponível em: https://franciscabrancoveiga.com/ [30 de Outubro de 2023].

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VEIGA, Francisca Branco, Companhia de Jesus. O Breve Regresso no Reinado de D. Miguel. Ed. Autor, 2023, 437 p. (Livro disponível na Amazon.es)

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