Épocas representadas: séculos XVII-XVIII.
Tipo de coleções: Paramentaria, Pintura, Escultura, Ourivesaria, Espólio Documental.

O Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MNHNC) que desde o primeiro quartel do século XVII até ao presente serviu de sede a respeitáveis instituições de ensino e de cultura, alberga um espólio variado de obras de arte e instrumentos científico-didácticos, onde se encontra inserido o espólio relativo ao Noviciado da Cotovia, da Companhia de Jesus.
O espólio do Noviciado é composto por sessenta peças, essencialmente, objetos que serviram ao culto na Igreja de Nossa Senhora da Assunção, enriquecido com alguns paramentos que vieram da China e relicários de Itália.

Esta coleção de Arte possui uma pintura a óleo, do século XVII, com o retrato do fundador do noviciado, importante personagem que foi Governador da Índia. São bastante numerosas as peças de paramentaria, incluindo estolas, manípulos, palas, bolsas de Corporal, véus de cálice e um frontal de altar que se destacam pela diversidade de cores e pelos emblemas bordados com o símbolo dos jesuítas (IHS). Da ourivesaria destaca-se um relicário, com as suas relíquias de antigos mártires jesuítas, um relicário-palmeta e um resplendor, os primeiros de prata e o segundo de latão, dos séculos XVII e XVIII. Existem três exemplares de escultura sacra que apesar do mau estado de conservação, permitem percecionar a sua qualidade e a experiência do artista que as criou, correspondendo a um S. Paulo, a uma Virgem com o Menino Salvador do Mundo e um Cristo atado à Coluna, datadas do século XVII. Esta coleção conta, também, com um conjunto de três missais, dois de uso comum e outro de cerimónia, pertencentes aos jesuítas da Cotovia, com identificações escritas e artísticas relativas a membros desta Companhia.




Ao espólio do noviciado da Cotovia que se encontra no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, poderíamos adicionar pinturas e esculturas da igreja do antigo noviciado mas que devido a uma série de incêndios e cataclismos que lavraram este edifício da Rua da Escola Politécnica, se perderam no fogo ou foram salvas e recuperadas por outras entidades, encontrando-se atualmente a embelezar igrejas ou museus nacionais.

Diário Popular, 18 de março de 1978
Veja-se, VEIGA, Francisca Branco. Noviciado da Cotovia: O Passado dos Museus da Politécnica 1619-1759. Dissertação (Mestrado em Património Cultural) – Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, 2009.