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VEIGA, Francisca Branco (2024), Lisboa Percursora do Projeto Inaciano: O Colégio de Santo Antão-o-Velho (blogue da autora Francisca Branco Veiga). Disponível em: https://franciscabrancoveiga.com/ [16 de Janeiro de 2024].
Palestra proferida para as Jornadas Europeias do Património 2012. “A Companhia de Jesus em Lisboa. Os jesuítas e a Santa Casa da Misericórdia: Desafios comuns na tradição cultural” (Museu de São Roque 28-09-2012)
Título da comunicação:
Lisboa percursora do Projeto inaciano: Colégio de Santo Antão-o-velhoe Noviciado da Cotovia
ADORAÇÃO DOS MAGOS Domingos Sequeira 1828 Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa
Dia para venerar os Reis Magos. Tradição surgida no século VIII converteu em santos Melchior, Gaspar e Baltazar.
Até ao ano de 474 os restos mortais dos reis Magos estiveram sepultados em Constantinopla (atual Istambul),depois foram trasladados para a catedral de Milão, na Itália. Em 1164, foram transferidos para a cidade de Colónia, na Alemanha, onde foi erguida a catedral dos Reis Magos, e aí se encontram até hoje.
Os reis magos levaram presentes para o menino Jesus, ouro, incenso e mirra: Ouro: representa a nobreza de Jesus; Incenso: representa a divindade de Jesus; Mirra: essência humana; representa o sofrimento que Jesus viria a enfrentar.
Na Bíblia, o Dia de Reis aparece no Evangelho de São Mateus (Mt 2 1-12) (escrito entre 70 e 115 d.C.)
«Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia no tempo do rei Herodes, vieram do oriente uns magos a Jerusalém, perguntando:
Onde está aquele que nasceu Rei dos Judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos adorá-lo.
O rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e com ele toda Jerusalém;
e reunindo todos os principais sacerdotes e os escribas do povo, perguntava-lhes onde havia de nascer o Cristo.
Eles lhe disseram: Em Belém da Judéia; pois assim está escrito pelo profeta:
E tu Belém, terra de Judá, Não és de modo algum o menor entre os lugares principais de Judá; Porque de ti sairá um condutor, Que há de pastorear meu povo de Israel.
Então Herodes chamou secretamente os magos, e deles indagou com precisão o tempo em que a estrela tinha aparecido;
e enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide informar-vos cuidadosamente acerca do menino; e quando o tiverdes achado, avisai-me, para eu também ir adorá-lo.
Os magos, depois de ouvirem o rei, partiram; e eis que a estrela, que viram no oriente, ia adiante deles, até que foi parar sobre o lugar onde estava o menino.
Ao avistarem a estrela ficaram extremamente jubilosos.
Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, adoraram-no; e abrindo os seus cofres, fizeram-lhe ofertas de ouro, incenso e mirra.
Sendo em sonhos avisados por Deus que não voltassem a Herodes, seguiram por outro caminho para a sua terra.
[…]»
Como não diz quantos eram os Reis Magos, diz-se três pela variedade de presentes oferecidos.
Também não há relatos bíblicos sobre o nome dos magos. Foi o monge beneditino inglês São Beda (673-735) que, no seu texto Excerpta et Colletanea deu forma e originou as figuras dos reis magos. São Beda ligou os reis magos a regiões do mundo antigo: Melchior, seria o rei da Pérsia; Gaspar, o rei da Índia; Baltazar, o único negro, o rei da Arábia.
«Melchior era velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, terra dos Caldeus. Gaspar era moço, de vinte anos, robusto e partira de uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltasar era mouro, de barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz”» (Excerpta et Colletanea)
Talvez fossem astrólogos/astrónomos pois, segundo o relato viram uma estrela e foram, por isso, seguindo-a até à região onde nascera Jesus Cristo. A estrela, conta o evangelho, só após os guiar até ao cruel Herodes é que parou sobre o local onde estava o menino Jesus.
“E vendo a estrela, alegraram-se eles com grande e intenso júbilo” (Mateus 2:10).
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Como referir este artigo:
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VEIGA, Francisca Branco (2024), DIA DE REIS, 06 de Janeiro (blogue da autora Francisca Branco Veiga). Disponível em: https://franciscabrancoveiga.com/ [05 de Janeiro de 2024].
A Companhia de Jesus, ordem religiosa fundada em 1534 por um grupo de estudantes da Universidade de Paris, liderados pelo basco Inácio de Loyola, é conhecida principalmente pelo seu trabalho missionário e de educação.
Ao entrar em Portugal pela mão do rei D. João III, logo após a sua fundação, é, no reinado de D. José, expulsa de Portugal, levando ao encerramento da presença evangelizadora, missionária e educativa nos territórios portugueses (1759).
Retrato de D. João III de Portugal, no Museu de São Roque. É uma réplica dum quadro pelo Mestre Flamengo Anthonis Moro, pintado em 1522 (Museu do Prado, Madrid). Este quadro é atribuído a Cristóvão Lopes, filho de Gregório Lopes e seu sucessor enquanto pintor da corte em 1550.S. Francisco Xavier despedindo-se de D. João III André Reinoso, cerca de 1619 Igreja de S. Roque, Lisboa, Portugal
O século XIX vai ser para os jesuítas um século de exílios. Reentram em Portugal em 1829, no reinado de D. Miguel, e são novamente expulsos seis anos depois por D. Pedro, regente em nome de sua filha D. Maria II.
Johann Nepomuk Ender Viena, Áustria, 1827 Óleo sobre tela 256×180 cm Assinado e datado: “Giovanni Ender pinx, Vienne 1827”
Em 1858, será o Padre Rademaker a pessoa que irá fazer renascer os missionários jesuítas em Portugal, que a República volta a expulsar (outubro de 1910).
Carlos João Rademaker (1828—1885) Autor desconhecido
A partir de 1923, no governo do presidente António José de Almeida (6º presidente da Primeira República Portuguesa – 5 de outubro de 1919 a 5 de Outubro de 1923), reabrem algumas residências em Portugal, sendo, pelo decreto de 12 de maio de 1941, na sequência da Concordata de 1940, reconhecidos como corporação missionária, normalizando, deste modo, a sua situação jurídica.
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«INTER SANCTAM SEDEM ET REMPUBLICAM LUSITANAM
SOLLEMNES CONVENTIONES
CONCORDATA ENTRE A SANTA SÉ E A REPÚBLICA PORTUGUESA
Em nome da Santíssima Trindade
Sua Santidade o Sumo Pontífice Pio XII, e Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa, dispostos a regular por mútuo acôrdo e de modo estável a situação jurídica da Igreja Católica em Portugal, para a paz e maior bem da Igreja e do Estado,
Resolveram concluir entre si uma solene Convenção que reconheça e garanta a liberdade da Igreja e salvaguarde os legítimos interesses da Nação Portuguesa, inclusivamente no que respeita às Missões Católicas e ao Padroado do Oriente.
Para tal efeito, Sua Santidade nomeou seu Plenipotenciário Sua Eminência Reverendíssima o Senhor Cardeal LUIGI MAGLIONE, Seu Secretário de Estado,
e o Senhor Presidente da República Portuguesa nomeou Seus Plenipotenciários :
Sua Excelência o Sr. General EDUARDO AUGUSTO MARQUES, antigo Ministro das Colónias, Presidente da Câmara Corporativa, Gran Cruz das Ordens militares de Cristo, de S. Bento d’Aviz e da Ordem do Império Colonial;
Sua Excelência o Sr. Doutor MARIO DE FIGUEIREDO, antigo Ministro da Justiça e dos Cultos, Professor e Director da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Deputado e Gran Cruz da Ordem militar de S. Tiago da Espada;
Sua Excelência o Sr. Doutor VASCO FRANCISCO CAETANO DE QUEVEDO, Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário junto da Santa Sé, Gran Cruz da Ordem militar de Cristo e Cavaleiro de Gran Cruz da Ordem de S. Gregório Magno;
os quais, trocados os seus respectivos plenos poderes e achados em boa e devida forma, acordaram nos artigos seguintes :
Art. I
A República Portuguesa reconhece a personalidade jurídica da Igreja Católica. As relações amigáveis com a Santa Sé serão asseguradas na forma tradicional por que historicamente se exprimiam, mediante um Núncio Apostólico junto da República Portuguesa e um Embaixador da República junto da Santa Sé.
[…]
Assinatura da Concordata e do Acordo Missionário no Vaticano, 7 de Maio de 1940. À direita o Cardeal Luigi Maglione, representante da Santa Sé e à esquerda o General Eduardo Marques, antigo Ministro das Colónias portuguesas. [AHD- Colecção de Álbuns Fotográficos].
Quadro alusivo à estada da Companhia de Jesus em Portugal de 1540 à atualidade
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VEIGA, Francisca Branco (2023), Quadro cronológico relativo à estada da Companhia de Jesus em Portugal de 1540 à atualidade (blogue da autora Francisca Branco Veiga). Disponível em: https://franciscabrancoveiga.com/ [02 de Janeiro de 2024].