Fundação da Academia Real da História Portuguesa (8 dezembro 1720)

A Academia Real da História Portuguesa foi uma instituição académica portuguesa fundada pelo rei D. João V, por decreto de 8 de dezembro de 1720.

A instituição deve a sua fundação à ação política de D. António Caetano de Sousa e de D. Francisco Xavier de Meneses, o 4º conde da Ericeira, que conseguiram despertar o interesse do rei D. João V, para o moderno estudo da História.

O decreto determinava que se escrevesse a história eclesiástica destes reinos e, depois, tudo o que pertencesse à história deles e de suas conquistas. A Academia foi dotada de imprensa própria e de autonomia no que respeitava à censura.

Em julho de 1724, o embaixador português em Paris, D. Luís da Cunha, escrevia para a corte de Lisboa contando que um jesuíta francês, que o recebera «com todas aquellas demonstraçoens de cortesia, e afabilid.e; que comummente se encontrão nos Jesuitas, por serem proprias da educação que tem», felicitara D. João V por ter instituído a Academia Real da História (ANTT, MNE, Liv. 793, pp. 347-348, ofício de 10/7/1724).

A divisa da Academia Real de História Portuguesa era a frase latina Restituet omnia.

O seu último ato público ficou assinalado em 1777, dia do aniversário da Rainha, quando, como era tradição, se fazia o discurso oficial diante D. Maria.

Interrompida durante cento e cinquenta anos, renasce a 19 de maio de 1936, sob a designação de Academia Portuguesa da História (Decreto-Lei n° 26611), começa as suas actividades no dia 9 de janeiro de 1938, data da primeira reunião do Conselho Académico.

XXX

Decreto porque Elrei N. Senhor D. João V foi servido instituir a Academia Real da História Portuguesa

«Tenho  resoluto  que  se  estabeleça  uma  Academia,  em  que  se  escreva  a Historia  Eclesiástica  destes  Reinos,  e  depois  tudo  o  que  pertencer  a  toda  a História deles, e de suas Conquistas; e porque as notícias necessárias não se acharão  só  nos  livros  impressos,  mas  estarão  nos  Arquivos:  ordenarei  por cartas firmadas da minha Real mão se participem à Academia todos os papéis ,que deles se pedirem, comunicando-lhe os Catálogos dos mesmos Arquivos, e Cartórios  as  pessoas,  a  cujo  cargo  estão,  e  os  Académicos  farão  alguns Estatutos  para  facilitar  o  seu  progresso,  e  mos  proporão,  para  que  eu  como Protector da mesma Academia os examine, e aprove, para que possam ter sua devida  execução  e  vigor.  E  porque  tenho  escolhido  muitas  pessoas,  que  pela sua ciência, e outras qualidades hão de formar este Corpo, e se hão de nomear outras até que fique o número bastante para o fim, a que os aplico: ordeno que o presente Decreto na primeira Conferência, para que escolhi o dia de N. Senhora da Conceição, Padroeira dos Reinos, se leia na mesma Academia, e se registren os seus livros, e nas mais partes em que for necessário, para que conste que a minha Real intenção é concorrer para o aumento de uma Academia, de que espero  resulte  uma  Historia  tão  útil,  conservando-se  as  acções  tão  dignas  de memória, que nestes Reinos se tem obrado no aumento do serviço de Deus,da Igreja Católica, dos Reis meus predecessores e meu.

Lisboa Ocidental a 8.de Dezembro de 1720. Com Rubrica de Sua Majestade»

In Coleção  dos  documentos,  estatutos  e  memórias  da  Academia  Real  da História  Portuguesa,  que  neste  ano  de  1721,  se  compuseram  e  se imprimiram por ordem dos seus censores, dedicada a el rei nosso senhor,seu  augustissímo  protetor  e  ordenada  pelo  conde  de  Villamayor, secretário da mesma academia. Lisboa Ocidental, na oficina de Pascoal da Sylva, Impresso de S. Majestade real. MDCCXXI.

Gravura alusiva à criação da Academia Real de História Portuguesa
VIEIRA LUSITANO, 1699-1783
[Alegoria à Academia Real da História] / F. V. Lusitanus invenit et f. ; acabado ao buril por P. de Rochefort, 1735. – [S.l. : s.n. 1735]. – 1 gravura : água-forte e buril, sanguínea ; matriz: 27×19,5 cm
BNP

D. Pedro IV (Queluz, 12 de outubro de 1798 – Queluz, 24 de setembro de 1834)

A 12 de outubro de 1798 nasce D. Pedro IV, rei de Portugal e primeiro Imperador do Brasil.

Filho varão de D. João VI e de D. Carlota Joaquina, nasceu no palácio de Queluz, em 12 de outubro de 1798 e completaria hoje, dia 12 de outubro de 2020, 222 anos.

Após a invasão das tropas francesas a Portugal em 1807,  o infante D. Pedro embarcou com a família real para o Brasil.

Com a morte de seu pai D. João VI, em 1826, D. Pedro é designado rei de Portugal pela regente, sua irmã, D. Isabel Maria e outorga aos portugueses a Carta Constitucional de 1826.

Rei de Portugal e Algarves como Pedro IV entre março e maio de 1826, abdica em sua filha D. Maria da Glória mediante duas condições: o casamento da rainha com o seu tio D. Miguel e o juramento da Carta Constitucional.

Foi o primeiro Imperador do Brasil, como Pedro I de 7 de setembro de 1822 até sua abdicação em 1831, em benefício do seu filho, futuro Pedro II.

Incapaz de lidar com os problemas do Brasil e de Portugal ao mesmo tempo, no dia 7 de abril de 1831 foi forçado a abdicar da coroa brasileira em favor do seu filho.  Viaja para a Europa para defender o direito ao trono português por parte de sua filha, a Infanta D. Maria da Glória, lutando contra seu irmão D. Miguel. D. Pedro parte do Rio de Janeiro para a Europa no dia 13 de abril, acompanhado de sua filha, chegando no dia 12 de junho a Clermont, na França.

Após conseguir os apoios financeiros necessários e organizar os liberais imigrados, chega aos Açores em 1832, onde assume a regência na qualidade de duque de Bragança, e aí  prepara a expedição militar que colocará a sua filha no trono de Portugal.

No dia 7 de julho de 1832 avista-se na costa portuguesa a esquadra liberal, desembarcando D. Pedro com o seu exército no Mindelo no dia 8 e entrando no Porto no dia seguinte, dando início ao Cerco do Porto.

O cerco do Porto durou um ano – de julho de 1832 a agosto de 1833 – no qual as tropas liberais de D. Pedro estiveram sitiadas pelas forças realistas fiéis a D. Miguel.

Após brilhante vitória em Cacilhas, Lisboa foi entregue ao comandante-chefe liberal, marechal Duque da Terceira, sem combate nem resistência, pelo Duque de Cadaval, em 24 de julho de 1833.

D. Pedro, após um violento ataque absolutista ao Porto, embarca para a capital, fazendo a sua entrada no Tejo a bordo do vapor William the Fourth no dia 28 de julho .

As Cortes de agosto de 1834 confirmam a regência de D. Pedro, que morre no mês seguinte, a 24 de setembro, no mesmo local onde nasceu,  quatro dias após o início do reinado de D. Maria II (com apenas quinze anos de idade).

Quarto onde nasceu e morreu o rei D. Pedro IV  (I Imperador do Brasil)
Palácio de Queluz
Quarto onde nasceu e morreu o rei D. Pedro IV  (I Imperador do Brasil)
Palácio de Queluz
Ferdinand Le Feubure (Munique, 1815- Munique, 1898)
1850
Infante D. Pedro de Alcântara
Parte de um Estudo para retrato da Família Real
Portugal, c. 1798-99
MNAA
Estudo para retrato da Família Real
Domingos António de Sequeira
Portugal, c. 1798-99
Desenho a lápis sobre papel
13,7*17cm
Assinado: “Sequeira fez”
MNAA

Neste estudo estão identificados seis membros da Família Real: o Príncipe regente D. João, a sua mulher D. Carlota Joaquina,  as Infantas Maria Teresa e Maria Isabel, o Príncipe herdeiro D. António Pio e o infante D. Pedro de Alcântara.