Apresentação do livro “Nossa Senhora da Rocha e a Companhia de Jesus: Política, Devoção e Tradição (1822–1834)”

O Palácio Nacional de Queluz recebe Francisca Branco Veiga e José Manuel Subtil para o lançamento do livro Nossa Senhora da Rocha e a Companhia de Jesus: Política, Devoção e Tradição (1822–1834)

No próximo dia 27 de novembro, pelas 19h00, o Palácio Nacional de Queluz acolhe a sessão de lançamento do livro Nossa Senhora da Rocha e a Companhia de Jesus: Política, Devoção e Tradição (1822–1834), de Francisca Branco Veiga e José Subtil.

O livro conta ainda com um excelente posfácio da historiadora Teresa Mónica, que enriquece e aprofunda a reflexão sobre este período singular da história de Portugal.

A obra apresenta uma análise aprofundada das complexas tensões políticas e religiosas que marcaram Portugal no início do século XIX. No primeiro capítulo, o Doutor José Manuel Subtil contextualiza essas crises, desde as invasões francesas até às regências e revoluções que moldaram o panorama político da época. Já nos segundo e terceiro capítulos, da autoria da Doutora Francisca Branco Veiga, é explorado o papel central do culto mariano de Nossa Senhora da Rocha, evidenciando-o como símbolo de poder político e espiritual, associado ao miguelismo e à influência da Companhia de Jesus.

Baseado em documentação inédita, este livro convida o leitor a revisitar um período crucial da história portuguesa, revelando como fé, política e tradição se entrelaçaram durante o reinado de D. Miguel. A devoção a Nossa Senhora da Rocha surge, assim, como expressão de resistência e afirmação da identidade nacional, com ecos que perduram até aos nossos dias.

🌿 Uma oportunidade única para descobrir como devoção e identidade nacional se entrelaçaram na construção da história de Portugal, num cenário inspirador como o Palácio Nacional de Queluz.

A sessão contará com a abertura e boas-vindas do Doutor António Nunes Pereira, Diretor dos Palácios de Sintra, e com a participação dos autores, a Doutora Francisca Branco Veiga e o Doutor José Manuel Subtil.

Um agradecimento especial ao Doutor Hugo Xavier, Conservador do Palácio Nacional de Queluz, pelo acolhimento deste evento.

Detalhe artístico

A capa do livro e os separadores dos capítulos são da autoria da ilustradora e designer Rita Machado (https://ameliemoncherie.com/) , cuja criação reflete a sensibilidade histórica e simbólica da obra.

🤍 Esperamos por si nesta celebração da história, fé e cultura!

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Sobre o Palácio Nacional de Queluz

O Palácio Nacional de Queluz, atualmente sob a gestão da Parques de Sintra – Monte da Lua desde 2012, integra-se no conjunto dos mais relevantes monumentos históricos da esfera nacional. A sua construção teve início em 1747, inicialmente concebido como retiro de verão para o então futuro D. Pedro III. Posteriormente, o palácio transformou-se em residência habitual da família real portuguesa, sendo palco de significativos acontecimentos políticos e culturais.

Destaca-se, neste contexto, a permanência de D. João VI e do seu núcleo familiar antes da emigração para o Brasil, tendo a residência igualmente acolhido figuras de relevo, nomeadamente a rainha Carlota Joaquina e seu filho, D. Miguel. O edifício é reconhecido como um dos melhores exemplares da arquitetura rococó em Portugal e na Europa, integrando também elementos devidamente tipificados como barrocos e neoclássicos.

O Palácio Nacional de Queluz mantém-se, atualmente, como referência incontornável na preservação, estudo e divulgação do património histórico português. Foi classificado como Monumento Nacional em 1910 e, após ter sofrido um severo incêndio em 1934, foi exaustivamente restaurado, tendo sido aberto ao público como museu em 1940.

Como referir este texto:

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Francisca Branco Veiga e José Manuel Subtil, Nossa Senhora da Rocha e a Companhia de Jesus: Política, Devoção e Tradição (1822–1834). Ed. Autor, 2025.

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Os elementos simbólicos da capa do livro “Companhia de Jesus. O Breve Regresso no Reinado de D. Miguel”

Partimos do resumo do livro,

«A revolução de 1820 previa uma viragem na política portuguesa, mas o liberalismo constitucional foi interrompido pelo absolutismo miguelista em 1828. Na defesa da união entre a monarquia absoluta e a instituição eclesiástica, e tendo como retaguarda a bandeira da Santa Aliança, D. Miguel chama os jesuítas como «bons formadores» e «educadores das mentes e das consciências» da juventude, baseados nos ideais que a tradicional monarquia ambicionava, isto é, uma sociedade legitimadora do status quo, com princípios sociopolíticos estáticos e que não contrariasse os princípios da fé que a Igreja Católica Romana estatuíra.

Com base num percurso histórico evolutivo e na relação de pura reciprocidade entre o rei D. Miguel e os jesuítas, este livro procura responder a quatro questões chave: Quais as razões que estiveram na origem do regresso da Companhia de Jesus a Portugal? Que propósitos e objetivos servia este regresso? Que impactos teve a reinstalação dos missionários jesuítas? Que razões determinaram a segunda expulsão?»,

A história desenrola-se em torno do rei D. Miguel e da Companhia de Jesus, numa relação de pura reciprocidade. Contudo, que razões determinaram a expulsão de ambos de Portugal? Aqui surge a figura de D. Pedro de Bragança, Imperador do Brasil, irmão de D. Miguel.

A alteração da conjuntura na Europa dos anos 30 foi marcada pela subida ao trono de um «rei burguês» na França, pela mudança do ministério inglês para tendências liberais, e pela subida ao trono da regente D. Maria Cristina, de Espanha. O tratado da Quádrupla Aliança, assinado em 22 de abril de 1834, em Londres, entre estes três países e os liberais portugueses, constitui-se como oposição clara à Santa Aliança e que irá contribuir para a vitória dos liberais portugueses e a expulsão de Portugal de D. Miguel.

Os emigrados liberais em Inglaterra demonstravam continuamente a sua revolta contra a «usurpação» do governo de D. Miguel e a sua indignação perante o retorno dos jesuítas a Portugal, e especificamente a entrega do ensino a esta Ordem.

No dia 22 de abril de 1834, a Quádrupla Aliança decide-se pela intervenção militar contra as forças do rei D. Miguel I visando impor regimes liberais nas monarquias ibéricas e em 16 de maio, na batalha de Asseiceira, D. Pedro derrota as forças absolutistas de D. Miguel, assegurando os direitos de sua filha D. Maria da Glória e garantindo a vigência de uma Constituição liberal.

Pelo decreto de 28 de maio de 1834 D. Pedro, em nome de sua filha, futura D. Maria II, extinguiu todas as Ordens Religiosas masculinas. As Congregações religiosas foram o alvo principal da atuação dos liberais, começando por expulsar novamente os jesuítas que, organizados segundo o estatuto canónico da Missão Portuguesa da Companhia de Jesus, eram considerados “o braço armado” do Papa.

A partir de três elementos, dois retratos de D. Miguel e D. Pedro respetivamente, e do monograma da Companhia de Jesus, pedi à designer Rita Machado que desenhasse esta capa, porque nesta história estas duas personagens e esta instituição religiosa são causa e consequência de toda a trama que se desenrolou entre 1828 e 1834, e na guerra que se manifestou entre estes dois irmãos, um conservador e um liberal.

Referências Bibliográficas:

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VEIGA, Francisca Branco, Companhia de Jesus, O Breve Regresso no Reinado de D. Miguel. Ed. Autor, 2023, 437 p.